terça-feira, 18 de agosto de 2009

A tiara branca

Para inaugurar o blog, posto um texto meu, de 2005, mas que sempre faz um pouco de sentido na minha vida, embora poucos vão entender a “historinha” narrada.
Beijos e espero que gostem de ler essa doida chamada Aline Nunes, que adora botar a boca no mundo! ;)

A TIARA BRANCA
Há quanto tempo eu não passava uma tarde dessa… No início confesso que estava bem desanimada a sair de casa… Mas valeu a pena, e como valeu!
Subitamente, no meio daquela situação, comecei a pensar coisas, coisas que talvez já não habitassem mais o universo de minhas lembranças há alguns anos…
Eu me sentia viva, pulsante, irracional como devemos ser nessas horas.
Lembrei-me da minha (não distante) adolescência… Da minha tiara branca… Das mãos trêmulas e respiração ofegante… Das faces ruborizadas… Das Serenatas de Amor…
E da mesma forma, pairava sobre mim aquela idéia ai-meu-deus-o-que-é-que-eu-faço?
Olhava para minhas mãos e tinha a real sensação de estar segurando minha tiara branca, como fiz mais de 12 anos atrás.
Talvez devesse ter as mãos mais trêmulas hoje por não pensar mais em futilidades daquele tempo… Por não esperar mais ter a agenda mais desenhada, a almofada mais fofinha…
Talvez porque agora os tempos sejam outros… Talvez porque eu almeje coisas concretas… Pessoas concretas… Sentimentos concretos…
Eu precisava disso para me sentir mais mulher, mais inteira, para justificar o fato de passar meu batom todos os dias antes de enfrentar o mundo.
E, ao findar aquela tarde, desci a mesma rua que tantas vezes desço vagando…
Dessa vez, caminhei firmemente pelas ruas que têm um pouco de mim… Pelas ruas que trago sempre eu meu coração. Como se tivesse usando pela primeira vez minha tiara branca.

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